terça-feira, 17 de junho de 2008

Depois Daquela Viagem - Valéria Piassa Polizzi

Depois daquela viagem de Valéria Piassa Polizzi.
Hoje eu terminei de ler o livro que, com toda certeza, foi o melhor que eu já li até hoje. Pela indicação da minha amiga Phamella (valeu pham) peguei esse livro na biblioteca do colégio. Pensei até que não seria lá aquelas coisas, mas comecei a ler, não poderia ter feito coisa melhor, o livro é simplesmente espetacular.
Fala de uma garota que na década de 90 contraiu o vírus da AIDS, com apenas 16 anos. Há partes muito tristes, em algumas partes ela chega a fazer piadinha com as suas desgraças. Mas é bonito ver como ela vai se reerguendo, pouco a pouco, com a ajuda de pessoas que ela passa a conhecer numa viagem de estudos aos EUA.
Pra mim, ler um livro precisar ter mais que a capacidade de entender o que está lendo, mas sim entrar no livro, como se estivessem falando da sua vida ali, você fica preocupado 'e agora o que acontece comigo?' e o livro fica muito mais interessante. E sério, esse livro é surpreendente. Eu amei.
Recomendo para TODAS as pessoas que tenham namorado(a), ou que um dia pretendam ter um. Afinal de contas tooodos nós vamos acabar fazendo 'amor' um dia e o vírus continua aí, mais de dez anos depois ele continua entre nós e sem cura.
Uma parte do livro me tocou bastante e vou deixá-la aqui com vocês, além da mais tocante foi a mais triste também. Fiquem com dedos aguçados.. hehe

Ele ficou em silêncio, parado, me olhando. Eu queria alguma reação. Que berrasse, gritasse, me xingasse... Mas não, ficou estático, apático, só me olhando. Até que, lentamente, virou a face de novo pro horizonte e olhou pro infinito por alguns instantes. Depois fechou os olhos e baixou a cabeça. Pude ver uma lágrima escorrendo pelo seu rosto.

Capitulo 11. Pág. 195.

sexta-feira, 6 de junho de 2008

A Mulher do Silva - Veríssimo


Foi um escândalo quando a frente da casa do Souza apareceu pintada, certa manhã, com a frase sucinta sobre a, digamos assim, conduta moral da mulher do Silva, que morava em frente. O Silva, indignado, foi perguntar ao Souza:
- Quem foi?
- Não sei.
- Como, não sabe?
- A casa é sua.
- Não posso ficar na calçada cuidando pra não pintarem a fachada. Posso?
Não podia. Mas aquilo não ia ficar assim. Pior era que a frase nem citava a mulher do Silva pelo nome. Ela era identificada como “a mulher do Silva”. E, pra que não ficassem dúvidas: “...da frente”.
- Apaga – Pediu o Silva.
- Como?
- Com tinta branca. Pinta por cima.
- Mas a minha casa é amarela.
- Pinta de amarelo.
- Só uma faixa amarela? Vai ficar horrível.
- Então pinta a casa toda.
- E cadê o dinheiro?
- Eu exijo que você pinte a casa toda.
- Só se você me der dinheiro.
- A casa é sua.
- Mas a mulher é sua.
Silva concordou. Pagou uma pintura completa da casa do Souza. Só reagiu quando o Souza sugeriu que ele pagasse também uma pintura interna, que estava precisando. O Silva pediu que o Souza não contasse pra ninguém. Mas a notícia se esplalhou pela vizinhança. E, não demorou muito, a casa do Moreira, que estava com a tinta descascando, apareceu com uma frase na frente sobre certos supostos hábitos da mulher do Silva. O Silva foi lá:
- Quem foi?
- Sei lá. Moleques.
- Apaga.
- Não sai.
- Pinta por cima.
- Só pintando a casa toda.
Quando saiu da casa do Moreira, depois de ter concordado em financiar uma pintura completa, o Silva viu que na frente da casa do Santos, ao lado, estava escrito: “Dou fé.” Já entrou direto na casa do Santos para combinar o preço.
O quarteirão até ficou bonito, com as casas pintadas de novo. Algumas casas, é claro, ainda têm a pintura antiga. E todas as manhãs o Silva as examina, prevendo o pior. Se bem que, segundo alguns, ele também devia vigiar a sua mulher.(Veríssimo)
Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...

Me encontre também: